Em um campo de tensão entre o visível e o oculto, o olhar é um gesto universal e profundamente íntimo que evoca familiaridade e estranhamento, uma dança entre o singular e o comum.

O olhar não é só uma janela para o mundo, mas um espelho fragmentado que reflete a complexidade da condição humana. É através dele que entramos em contato com a multiplicidade de formas visíveis e as manifestações sutis das infinitas nuances de cada indivíduo. Ao mesmo tempo, é também a prova de nossa interconexão fundamental, um fio que tece os muitos matizes da experiência humana, unindo-nos em uma trama complexa e multifacetada.

Como um lembrete da opacidade da percepção, o que vemos está sempre mediado por camadas invisíveis, seja da cultura, da memória, ou do desejo. Fragmentos quase ocultos sugerem que a essência do outro, assim como a nossa própria, nunca é totalmente acessível, mas sempre em parte velada, protegida por camadas de significados que nem o olhar mais atento pode desvendar.

GLASSGO É Uma meditação visual sobre a diferença, sobre a alteridade que nos define e expande os limites do nosso entendimento. A dualidade do olhar — simultaneamente um gesto de conexão e de separação — revela também a complexidade humana, onde o que nos diferencia pode ser também o que nos une.

Com um convite à introspecção e a contemplação daquilo que permanece fora do alcance imediato da visão, as imagens nos instigam a reconhecer que a beleza da humanidade reside tanto nas suas diferenças quanto na sua universalidade, e que o verdadeiro desafio do olhar é enxergar além da superfície, mergulhando nas profundezas do invisível, onde a essência de cada ser se revela de forma única e intransponível.